RELAÇÃO ENTRE SONO E OBESIDADE

A obesidade é um problema multifatorial de saúde pública. Evidências sugerem que existe um risco aumentado de obesidade ao comer e dormir em horários irregulares. Este estudo possui o objetivo de apresentar uma revisão bibliográfica sobre a relação entre a privação de sono e o impacto nas escolhas alimentares e ganho de peso. O trabalho foi construído a partir de uma revisão de literatura, por meio de pesquisa na base de dados Medline, na língua inglesa e portuguesa, utilizando os descritores “Obesidade”, “Sono”, “Ganho de peso”, “Qualidade de sono”, “Ingestão alimentar”, “Privação de sono” e “Escolhas alimentares”, com
os operadores booleanos AND e OR, tendo como critérios de exclusão artigos que se referiam a crianças e adolescentes. Foram utilizados 41 artigos, do período entre 2004 e 2022. A influência da privação de sono no ganho de peso corporal pode acontecer por diversos fatores, dentre eles: desequilíbrios hormonais, como redução de leptina e aumento de grelina, alterações na concentração de adiponectina, redução da sensibilidade à insulina, aumento do estresse e a hiperativação do eixo HPA. Todos estes são fatores relacionados a desequilíbrios metabólicos e ao aumento da ingestão alimentar em termos energéticos e palatáveis, além da diminuição do gasto energético ocasionado pela fadiga e cansaço
excessivos advindos da falta de sono, que pode colaborar para a redução da atividade física. A presente revisão mostrou que a redução da duração do sono gera alterações hormonais envolvidas no controle da fome, saciedade e níveis de estresse. Estes desequilíbrios metabólicos podem ocasionar um aumento da ingestão calórica, principalmente de alimentos palatáveis, afetando o balanço energético entre adultos, com consequente aumento do IMC. A melhora e a manutenção da duração do sono pode ser uma forma de prevenção da obesidade, ganho de peso e doenças relacionadas a desordens metabólicas.